São Francisco de AssisCântico das Criaturas

(São Francisco de Assis)

Louvado seja Deus na natureza,
Mãe gloriosa e bela da Beleza,

E com todas as suas criaturas;

Pelo irmão Sol, o mais bondoso
E glorioso irmão pelas alturas,
O verdadeiro, o belo, que ilumina
Criando a pura glória - a luz do dia!
Louvado seja pelas irmãs Estrelas,

Pela irmã Lua que derrama o luar,

Belas, claras irmãs silenciosasE luminosas, suspensas no ar.

Louvado seja pela irmã Nuvem que há-de
Dar-nos a fina chuva que consola;
Pelo Céu azul e pela Tempestade

Pelo irmão Vento, que rebrama e rola.Louvado seja pela preciosa,
Bondosa água, irmã útil e bela,
Que brota humilde.É casta e se oferece
A todo o que apetece o gosto dela.Louvado seja pela maravilhaQue rebrilha no Lume, o irmão ardente,Tão forte, que amanhece a noite escura,
E tão amável, que alumia a gente.Louvado seja pelos seus amores,

Pela irmã madre Terra e seus primores,
Que nos ampara e oferta seus produtos,
Árvores, frutos, ervas, pão e flores.Louvado seja pelos que passaram
Os tormentos do mundo dolorosos,
E, contentes, sorrindo, perdoaram;
Pela alegria dos que trabalham,
Pela morte serena dos bondosos.Louvado seja Deus na mãe querida,

A natureza que fez bela e forte:
Louvado seja pela irmã Vida
Louvado seja pela irmã Morte.Amém

Sermão das aves

Certo dia, Francisco saiu para uma missão.



Entre Cannara e Bevagna, num local silvestre, onde havia um pequeno descampado e ao redor muitas árvores de todas as espécies.



Em cima das árvores, voando em revoadas e espalhadas pelo chão no descampado, muitas aves, que cantavam e se confraternizavam com grande alarido.



O Santo falou a seus discípulos: "Esperem um momento, vou pregar às nossas irmãzinhas aves!" Entrou no campo indo de encontro às aves que estavam no chão.



E mal começou a pregar, as que estavam nas árvores desceram.



Nenhuma se mexia, embora andando ele passasse perto e mesmo chegasse a roçar nelas com a extremidade de sua veste!



E dizia às aves:
"Minhas irmãzinhas aves, vocês devem muito a DEUS, o CRIADOR, e por isso, em todo lugar que estiverem devem louva-LO, porque ELE lhes permitiu que voassem para onde quisessem, livremente, da mesma forma que devem agradecer o alimento que ELE lhes dá, sem que para isso tenham que trabalhar; agradeçam ainda a bela voz que o SENHOR lhes proporciona, que lhes permitem realizar lindas entonações!



Vejam, minhas queridas irmãzinhas, vocês não semeiam e não ceifam.



É DEUS quem lhes apascenta, quem lhes dá os rios e as fontes, para saciar a sede; quem lhes dá os montes e os vales, para o seu refúgio e lazer, assim como lhes dá as árvores altas, para fazerem os ninhos.



Embora não saibam fiar e nem coser, DEUS lhes concede admiráveis vestimentas para todas vocês e seus filhos, porque ELE lhes ama muito e quer o bem estar de vocês.






Por isso, minhas irmãzinhas, não sejam ingratas, procurem sempre se esforçarem em louvar a DEUS."
Acabando de dizer-lhes estas palavras, todas as aves num gesto quase uniforme, começaram a abrir os bicos e esticar os pescoços, à medida que abriam as asas e inclinavam reverentemente a cabeça até a terra, cantando, demonstrando assim que Francisco lhes havia proporcionado uma grande satisfação!
Finalmente, São Francisco lhes fez o Sinal da Cruz e deu-lhes licença de se retirarem.



Então, todas aquelas aves se levantaram no ar com um maravilhoso canto, e logo se dividiram em revoadas e desapareceram atrás das colinas e das matas.
Conta-se que, dias depois, o Santo foi em companhia de Frei Massau a um lugarejo chamado Alviano, entre Orte e Orvieto.



Pararam na praça do Mercado e como sempre, cantaram uma melodia com versos que convidavam a conversão do coração, com a finalidade de reunir o povo.



Depois começou a pregar. Entardecia. As andorinhas que ainda hoje fazem ninho nos altos muros e nas torres das construções, voavam de um lado para outro em ciclo contínuo, cantando forte e de modo quase uníssono.



Os habitantes do lugarejo que se comprimiam ao redor para ouvir a palavra dele, não estavam conseguindo entender quase nada, porque o barulho das andorinhas era muito intenso.



Então, Francisco com a maior tranqüilidade, olhou para elas e com muita doçura disse:
"Irmãs andorinhas, parece-me que agora é minha vez de falar. Já cantaram e falaram bastante! Escutem, pois, a palavra de DEUS e fiquem silenciosas enquanto eu falo!"
Elas pararam e fizeram um grande silêncio, por todo o tempo que ele falou.



Como São Francisco amansou um lobo feroz

Quando São Francisco morava na cidade Gubbio, apareceu na comarca um grande lobo, terrível e feroz não só devorava os animais mas também atacava os homens ao ponto de que estavam todos aterrorizados, porque varias vezes o lobo chegava bem próximo da cidade.

São Francisco movido pela compaixão desta gene quis sair e enfrentar lobo, mas os moradores da cidade não quiseram deixar e tentaram dissuadi-lo.

Mas São Francisco caminhou resolutamente para onde estava o lobo e na vista de muitas pessoas aconteceu o seguinte: O lobo avançou em direção de São Francisco com a boca aberta e Francisco fez o sinal da cruz o chamou e disse ao lobo: "Vem aqui irmão lobo, eu te mando da parte do Nosso Criador Jesus Cristo que não cause dado a ninguém e a nada .

Coisa admirável.

Apenas isto e o terrível lobo fechou a boca e se aproximou mansamente e deitou aos pés de São Francisco.

São Francisco então disse : "Irmão lobo, tu estas fazendo muitos danos e medo neste povoado maltratando e matando criaturas de Deus sem a permissão Dele.

Você não está contente em matar outros animais e bestas e ainda tem o atrevimento de dar morte e causar danos ao homem , imagem de seu Deus .

Por tudo isto está merecendo a forca de ladrão e homicida malvado.

Quero irmão lobo fazer as pazes com você e o povo dessa cidade, assim pare de perseguir os homens e seus animais .

Com estas palavras o lobo baixou a cabeça e São Francisco disse "vou fazer que o povo desta cidade te dê o necessita de modo que não passe fome, mas não faça nenhum mal nem ao homem nem a outro animal.Me prometes?

O lobo inclinando a cabeça diz entender claramente o que dizia São Francisco e este estão disse; " venha comigo ".
O lobo levantou a pata dianteira e colocou-a na mão de São Francisco e Daquela data em seguida o lobo ia de porta em porta e todos o tratavam como a um cachorro de estimação e davam a ele comida e abrigo.
E o lobo não causou nenhum mal a esta gente.Viveu mansamente e morreu de velho nesta cidade como lembrança do milagre de São Francisco.